quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Professor, o senhor não pode ler Nietzsche de modo literal, ele é irônico. Assim como Maquiavel, que expunha como a política era feita na época, e não como ele achava que deveria ser feita.

Sim, eu sei. E isto é algo que imputo como grande falha filosófica dele, como já o dissera Bertrand Russell. Aprecio muito a grande virada de concepções que Nietzsche promoveu, mas deploro sua falta de precisão filosófica e científica. Mas o que eu respondi foi justamente tirando a sua teatralidade irônica e trazendo a discussão para a arena asséptica da Filosofia. Não deploro a literatura, mas Filosofia e Ciência não são disciplinas artísticas. Claro que se pode escrever com estilo e elegância, mas sem fazer uso de ironia ou sarcarmo em Filosofia. Dizer que a verdade e a vontade do mais forte, traduzindo em linguagem não metafórica, que é como deve se fazer Filosofia e Ciência, é dizer que a força do mais forte faz que se seja levado a aceitar como verdade mentiras que ele quer que se passem por verdades. Isto não é a verdade e não pode ser admitido pela sociedade. O que é preciso é fazer com que a coletividade tenha mais força do que qualquer forte individualmente. No caso de nações, por exemplo, na história, viu-se quantas potências militares impuseram sua vontade como verdade, à força, a outros povos e fizeram os impérios egípcio, persa, macedônico, chinês, romano, mongol, árabe, turco, espanhol, inglês, francês, russo, japonês, alemão e, agora, americano. Todos ruiram ao fim de certo tempo, pois não se consegue submeter todo mundo o tempo todo. Mais dia, menos dia, os subjugados encontram um meio de se livrar do jugo. A humanidade podia, desde o princípio, não ter se enveredado por esse caminho e se tornado uma única nação planetária, sem fronteiras e sem guerras. Espero que ainda chegue lá.

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