sábado, 4 de fevereiro de 2012

Se o universo não tem uma razão, então não somos nada?

Claro que somos. Não é preciso que se tenha uma razão para que sejamos algo. O que somos? Somos um sistema hipercomplexo, uma estrutura de concentrações de campos em partículas, que vivenciam miríades de interações, intermediadas por outros campos, que fazem emergir uma ocorrência ímpar que é nossa vida consciente. Esse acontecimento é de uma singularidade coloossal e nos propicia uma identidade auto-consciente que manifesta desejos, emoções, que pensa, que sonha, que age, que ama. Quer maravilha maior do que esta? Isso é o que somos nós, uma preciosidade talvez não existente em nenhum outro lugar e em nenhum outro momento. Ser um ser humano é um valor quase infinito. A vida consciente é um deslumbramento maior do que todo o Universo, sem a vida. Somos muita coisa, principalmente porque a probabilidade de que não existíssemos é quase infinitamente maior do que a de existirmos. Assim temos que valorizar a vida. A vida de todo ser humano, bem como do resto da natureza. Isso não tem preço. Por isso é que o egoísmo age contra a estrutura geral do Universo, da qual fazemos parte, como os hinduístas concebem, do todo, do uno, de Brahman (não confundir com Brahma). Mas isso é só um simbolismo. O fato é que somos parte do campo total que pervade o Universo e do qual tudo o que existe é feito. Nesse sentido somos eternos e não nascemos nem morreremos. Estamos aí desde que o Universo existe e estaremos enquanto ele existir. Mas cada "eu" é o resultado da estrutura e da dinâmica desse arranjo, que surge num momento e acaba em outro. Para os hinduístas, o "eu" permanece. Não vejo como. Mas a substância permanece, enquanto nosso "eu" se dissolve.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação (formspring)

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