quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"Que eu saiba não há nada no Universo que seja necessário, nem ele mesmo. Tudo poderia ser de outro modo ou, simplesmente, não existir." Mesmo as leis matemáticas e lógicas?

Sim, a matemática e a lógica são um reflexo do modo de ser do Universo, consubstanciado na estrutura funcional da mente humana. A lógica, de certa forma, tem a ver com a neurologia. O encaminhamento do raciocínio se dá da forma como os circuitos neuronais o permitem. Tanto que a lógica foi evoluindo à medida que se foi descobrindo como o Universo é. E a matemática também. A lógica dicotômica do terceiro excluído é apenas um caso particular em algumas situações. Antigamente se considerava que era universal. Do mesmo modo a dialética hegeliana da tese, antítese e síntese. O que se pode ter é uma "polialética", uma lógica difusa, modal, multidimensional. E as geometrias de espaços curvos, torcidos, recurvados? Ou a análise estocástica, as teorias de caos, os espaços vetoriais de infinitas dimensões contínuas, os espaços não lineares de Finsler, as variedades diferenciáveis, as formas diferenciais. É a matemática se adaptando às descobertas da física que contrariam a linearidade do cálculo vetorial e tensorial, tão útil na mecânica clássica dos sólidos e dos fluidos e no eletromagnetismo. Mas um laser não funciona de acordo com a superposição linear dos campos eletromagnéticos. Então há que se usar a ótica não linear, que não pode representar os dispositivos por matrizes transformadoras dos campos de entrada a fim de gerar os campos de saída. É interessante ler o livro "O fim das certezas" de Ilya Prigogine. Se nosso universo tivesse surgido de outra forma, a lógica e a matemática seriam outras. Mas pode ser que não haveriam humanos, talvez nem sequer átomos.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação (formspring)

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails