De modo nenhum. Antes o sofrimento consciente do que a alegria ilusória inconsciente. A ignorância, mesmo que possa impedir a amargura, é uma lástima perante o conhecimento, mesmo que este provoque tristeza. Saber é muito mais valioso porque permite planejar ações e intervir no mundo para, quem sabe, mudar a previsão. Para mim a inteligência é um enorme privilégio, especialmente quando associada à informação, pois permite o entendimento, a compreensão e, em decorrência, a sabedoria, se for também acompanhada da retidão de caráter. Em hipótese nenhuma eu preferiria ser burro e ignorante para não sofrer. Inclusive porque o sofrimento e a tristeza podem ser benéficos para a formação de uma visão correta do mundo e para que se alcance a iluminação da compreensão e da sabedoria. E, mesmo, da arte. Como disse Vinícius de Morais do seu "Samba da Bênção". Não só para fazer um samba, mas para pintar um quadro, escrever um livro, uma poesia, uma sinfonia. Não há arte que brote apenas da alegria, mesmo que essa seja a "formosa centelha divina, filha do Elísio", segundo Schiller. Além do mais, são os tormentos mentais que incentivam o homem ao progresso. As grandes civilizações surgiram exatamente onde a inclemência da natureza exigia uma resposta criativa para evitar o sofrimento, especialmente os devidos ao clima frio. Veja os poemas que escrevi e pense se eles poderiam brotar só da alegria:
http://pt.scribd.com/doc/70683693/Poesia
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sábado, 17 de dezembro de 2011
A inteligência permite prever e portanto, sofrer com antecedência. Sob este aspecto a inteligência é um fardo ao invés de privilégio?
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