terça-feira, 14 de agosto de 2012

"Tudo perde o sentido quando se perde um amor." Comente.

Entendendo "perder o amor" por "deixar de ser amado" e não por "deixar de amar", se esse amor que se tem é muito intenso, profundo e totalizante, realmente a perda da reciprocidade dele e, até, o insucesso em se obtê-la, deixa a pessoa totalmente desorientada e com perda de sentido para a vida. Porque o sentido da vida é vivê-la em plenitude, ou seja, de modo que se sinta realizado, satisfeito, alegre e feliz por se estar vivendo. Para isso, um dos principais ingredientes é, justamente, amar e ser amado em retribuição. Se se ama e não se á amado por quem se ama, grande parte do sentido da vida é perdido, mesmo que outros aspectos significativos possam ainda existir. Para muitas pessoas é requerido que esse amor retribuído seja exclusivo, isto é, que o ser amado ame apenas a ela e a mais ninguém. Isso é uma concepção insustentável, pois a capacidade de amar não possui limites e toda pessoa pode, perfeitamente, amar com intensidade, sinceridade, lealdade, profundidade, total e completamente a mais de uma outra. Refiro-me ao amor erótico-romântico e não a outros amores, como o fraternal, filial ou paternal. Esses se aceita que sejam múltiplos. Mas o romântico também o pode ser e, se acontecer, nada se pode fazer para impedir que aconteça. O que se pode é impedir que se manifeste e se transforme em um relacionamento múltiplo. Isso é o que geralmente acontece, pois a sociedade não aceita tal coisa com naturalidade, franqueza e abertura. Mas a repressão pode ser motivo de angústia, bem como a necessidade de uma escolha. Isso funciona como uma falta de reciprocidade, mesmo que ela exista e, portanto, é razão para tristeza, mesmo com a alegria da realização do outro amor.

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