quinta-feira, 4 de setembro de 2014

http://ask.fm/wolfedler/answer/115411335709 O século 20 e 21 relativizou mais essa questão da mentira? No século 19, onde a ética ainda sofria maior influência da Igreja e confessionários, a idéia do pecado ligado à mentira não era mais forte?‎

Sim, mas o fato da mentira ser uma ação contrária à ética não é religioso. Ética não é religiosa, do mesmo modo que a moral, que são as prescrições do que seja permitido ou proibido, teoricamente de acordo com a ética. As religiões é que se apropriaram da moral. Ética e moral são construtos humanos, independentemente de haver alguma religião. Todavia, a apropriação da moral pelas religiões, com a decorrente consequência de um prêmio ou um castigo na pretensa vida após a morte da pessoa, realmente, fortaleceu muito a moral. Sem a crença em alguma vida eterna, a obediência aos preceitos morais passa a ser uma questão de consciência e de fiscalização da sociedade. O que não significa que não continuem valendo. Muitas vezes, contudo, as prescrições e proibições específicas passa a ser outras em relação às que valem nas religiões. Mas no que tange à mentira, todas as condenam e a ética humanista também.

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