sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A educação atual serve, em sua maioria, aos anseios burgueses?

Sim, mas não inteiramente. Que seriam esses anseios? O que a burguesia quer, bem como o proletariado que almeja tornar-se burguesia, é que a educação lhe dê condições de prosperidade. Esta é a característica básica da concepção burguesa de vida. A finalidade da vida é ter dinheiro para satisfazer o desejo do supérfluo, enquanto o proletariado almeja o necessário para a sobrevivência. A educação, pelo menos no Brasil, em tese, prepara profissionais. Todo curso superior é um curso para uma profissão e o Ensino Básico, quando não é profissionalizante, é preparatório para o Ensino Superior. Só que isto não se faz bem feito. A educação brasileira ainda padece de um ranço aristocrático, isto é, uma educação para quem já é rico e não precisa de profissão nenhuma para ganhar dinheiro, pois é herdeiro de grandes fortunas e será um proprietário de terras, um industrial, um empresário de serviços ou um capitalista. O que esta pessoa quer da educação (pelo menos seus pais) é um lustro social, para não aparecer como ignorante ou burro. Ou mesmo para saber administrar seu patrimônio. Esse tipo de educação não serve para quem quer, de fato, se valer do trabalho para enriquecer, como os burgueses, ou para sobreviver, como os proletários. Até que se estabeleça o anarquismo, povo, burguesia e elites existirão. O objetivo de um estado comprometido com o bem estar social é minimizar as diferenças entre esses segmentos e abrir oportunidades de ascensão econômica e, em decorrência, social. A educação é um dos mais importantes fatores para tal. Ela só cumprirá esse papel se, de fato, consistir em um instrumento de aquisição de conhecimentos, habilidades e competência capazes de qualificar a pessoa a ter sucesso profissional no mercado de trabalho. Tanto para o povo quanto para a burguesia. Para a burguesia, precariamente, os cursos superiores formam profissionais, mas a competência média é sofrível. Para o povo seria preciso uma grande expansão do ensino básico profissionalizante, que, no Brasil, é muito pouco extenso e desenvolvido, levando muitas pessoas a fazer cursos superiores medíocres, que não lhes fornece colocação adequada no mercado pertinentee, ao mesmo tempo, não lhes qualifica para uma profissão de nível médio, deixando-as em ocupações que nem sequer requerem o nível médio. Como sempre digo, o importante é que os governos invistam, PESADAMENTE em educação, não só para isto, mas para transformar as pessoas em cidadãos conscientes e críticos.

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