quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Não há fatos eternos e nem verdades absolutas?

Fatos que já ocorreram não se pode mais alterar, logo são eternos, na memória, enquanto existir o tempo. Fatos continuados, que prosseguem para o futuro, não podem ser garantidamente eternos, pois mudanças sempre podem ocorrer, nada garantido a perenidade de coisa alguma. Além do mais, nem a eternidade é algo garantido, pois pode ser que o tempo também termine no futuro, cessando de passar e, logo, nada perduraria eternamente, pois isto significaria que permaneceria por um tempo indefinido, mas isto não se daria se o tempo se encerrasse.

Verdade, sendo a adequação entre a realidade e o que se diz a respeito dela, deixará de ser verdade quando a realidade se modificar. Nada garante que a realidade permaneça imutável, assim, as verdades podem deixar de o ser.
Por outro lado, teoricamente toda verdade seria absoluta, mas, nem sempre se tem a garantia de que o que se considera como verdade, de fato o seja. Mesmo que a realidade não se modifique, nossa informação sobre ela pode ser alterada, em razão de novos dados ou novas interpretações. Assim a verdade muda, não porque a realidade mudou, mas porque o que se pensava que fosse a realidade já não é mais. Desta forma, não há como se ter verdades absolutas, em hipótese nenhuma.
Isto não nos leva, contudo, ao ceticismo pirrônico, que é a concepção filosófica de que o conhecimento da verdade seja uma impossibilidade total. O correto é se trabalhar como o ceticismo metodológico, que considera que é possível saber a verdade a respeito de alguma coisa, mas muito difícil de ter a garantia de que se a possua. Então, usa-se a dúvida metódica, para se aplicar os mais exaustivos testes de verificação da veracidade de qualquer assertiva, e se toma o resultado obtido como verdade, sempre considerando que seja provisória e passível de correções em razão de novas informações.

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