quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Como é que ficaria a construção de elementos como pontes, viadutos e prédios públicos numa sociedade anarquista?

Todos os empreendimentos de âmbito mais abrangente são feitos pelo estabelecimento de um grupo de trabalho dos interessados, que articularão tudo para que se faça a obra. Note que, no anarquismo, sem dinheiro, as indústrias produzem e distribuem o seu produto de acordo com as demandas. Isto acontece com todas as atividades. É preciso apagar da mente todo o condicionamento de conceber a Economia em bases monetárias. A Economia é a ciência e a arte de gerir a produção e distribuição de bens. A moeda é só um meio de troca, que não é necessário. Sua ausência, contudo, não derruba a Economia. Anarquismo não é desordem. Pelo contrário, é um sistema muito mais organizado, pois requer uma consciência coletiva e uma responsabilidade extremamente mais apuradas. Por isso é que tem que ser introduzido de forma gradual, porque o mais importante é a mudança da mentalidade de cada um. É uma concepção de mundo completamente invertida em relação à que vigora. Mas a que vigora, baseada na competição, na desigualdade, na ganância, não é a única escolha. Infelizmente foi a que prevaleceu na evolução social da humanidade. Mas a humanidade é uma espécie jovem no planeta. Talvez exista apenas há um centésimo do tempo em que vai existir. E a evolução social tem mostrado que as premissas que vigoravam à época que se instituíram as estruturas sociais vigentes estão mudando. Logo é perfeitamente possível a construção de uma sociedade ácrata. Mas não pode ser rapidinho. O amadurecimento gradual é uma necessidade. Se um esforço for empreendido, acho que se conseguirá chegar lá em poucos séculos (menos de mil anos). Caso contrário também se chegará lá, mas em alguns milênios. Isto é pouco para uma humanidade que se espera ainda sobreviva algumas dezenas de milhões de anos.

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