sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Como é que o Olavo de Carvalho se diz filósofo se nem ao menos se deixa arejar pelo livre-pensamento?

Este é o grande pecado de quem pretende filosofar partindo de uma visão aprioristicamente já estabelecida. É o caso de São Tomáz de Aquino (mas não de Duns Scotto e Willian Ockham). Não se pode filosofar sem ter a mente aberta para qualquer possibilidade. Partir de alguma fé, seja qual for, e trabalhar para justificá-la, é inconcebível para um filósofo. Quem assim procede não pode ser chamado de filósofo.

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5 comentários:

Cavaleiro do Templo disse...

Então você acha mesmo possível alguém como por exemplo os senhores que citou filosofar sem " visão aprioristicamente já estabelecida"?

Ora, é evidente que você está errado. Na RAIZ do conhecimento humano existem infinitas "coisas aprioristicamente já estabelecidas".

E o senhor, que nasceu bem antes de mim, deveria saber disto...

Cavaleiro do Templo

Ernesto von Ruckert disse...

Há uma grande diferença em supor conhecimentos estabelecidos como ponto de partida para um raciocínio e supor que eles sejam uma verdade necessária e inconteste para a qual se vai buscar comprovação. Tudo pode ser suposto mas nada considerado como definitivo. Tudo pode ser questionado e a filosofia, juntamente com a ciência, busca, justamente, confirmar ou rejeitar o que quer que seja. Supor a existência de Deus, a divindade de Jesus, o veracidade do Corão ou seja o que for como ponto de partida inquestíonável é uma violência contra o espírito filosófico e contra a razão humana. Pode ser até que se conclua que, de fato, Deus exista. Mas isto é algo de que não se pode partir como certo para se justificar. E, pelo que me consta, a existência de Deus ainda não foi confirmada. Muito menos a divindade de Jesus.

Cavaleiro do Templo disse...

Qual seria esta diferença? Supor conhecimento E buscar sua comprovação de um lado ou não do outro não seria filosofia de fato?

A existência de Deus para uma pessoa humilde será explicada pelas palavras que esta alcança. Os maiores filósofos com certeza não utilizariam as mesmas palavras e argumentos que a pessoa simples, por assim dizer - sem querer ser pejorativo, evidentemente.

Nos debates com neo-ateus, por exemplo, o senhor W.L. Craig nos mostra o despreparo daqueles.

Qual seria a prova de que Deus não existe que o senhor nos apresentaria?

Cavaleiro do Templo

Ernesto von Ruckert disse...

Não existem provas da inexistência de Deus, como não existem de sua existência. Todas as ditas provas da existência de Deus são falaciosas. Todavia os indícios contra a existência de Deus são muito maiores do que a favor. A favor só há um desejo de que as mazelas da vida possam ser aplacadas por uma ação direta, por cima das leis da natureza e do comportamento da sociedade, por um ser onipotente e misericordioso que atenda as preces das pessoas e as livre do sofrimento e da maldade. E, também, de um ser que possa punir o mal feito nesse mundo e recompensar a bondade oprimida. Eu mesmo, sendo ateu, tenho o desejo de que isto possa ser verdade. Se deus existisse seria ótimo. Quando eu acreditava nisto, queria morrer logo, para ir para o céu e ter enternas conversas com Deus para saber tudo a respeito de todas as coisas. No entanto nada há que indique que esta aspiração seja uma verdade. Preces não são atendidas, milagres não ocorrem, o mal campeia à solta, o Universo é lotado de imperfeições. Como acreditar em Deus se ele seria tão incompetente?
Os argumentos do Craig só derrubam quem não tem conhecimento e nem carisma suficiente para enfrentá-lo, pois ele é muito insinuante e tem uma ótima retórica, tremenda erística e excelente "mise en scène". Mas seus argumentos pecam por falta de base que os sustente. Aliás ele sofisma tremendamente. Posso desancá-lo ponto por ponto.

Cavaleiro do Templo disse...

"Não existem provas da inexistência de Deus... Todas as ditas provas da existência de Deus são falaciosas."

Primeiro gostaria de ver resolvido este problema aí de cima, retirado do que escreveu.

Segundo, volto a dizer: mostre um contra0-argumento CONTYRA a existência de Deus. Só um.

Mas entendo, sua percepção de Deus é a mesma da de um senhor que trabalhe na limpeza pública ou posto de gasolina, na bomba do mesmo abastecendo os autos. Concordo, um deus que atende orações e "livra" por seu "desejo" as pessoas do sofrimento para mim não existe também.

O problema está aí, a percepção de Deus. Pegar a definição mais simplória de Deus e "lutar" contra ela é fácil. é "bater" no tio da limpeza pública como falei. Os argumentos do senhor William Lane Craig estão lá em pé. Ao menos TODOS os vídeos que vi dos debates dele e também os de suas palestras.

Cavaleiro do Templo

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