Sim, ambos os sexos. A monogamia foi introduzida no momento em que o estabelecimento de comunidades fixas e do conceito de propriedade passou a individualizar a família, antes não existente, como núcleo econômico, tendo surgido as noções da responsabilidade apenas do pai e da mãe no cuidado da prole e de herança dos bens familiares. Numa sociedade aberta e sem propriedade pessoal, não há necessidade de exclusividade conjugal. Instintivamente o ser humano não fixa, necessariamente, seu desejo sexual em um único parceiro ou parceira, tanto é que a infidelidade existe. Mesmo que não seja infiel, tanto homem quanto mulher, não deixam de acalentar o desejo de o serem, se não fosse socialmente condenável. A aceitação da poliandria e da poliginia, ou de ambas concomitantemente, como possibilidades sociais, inclusive, seria fator de maximização da felicidade geral e de solução de muitos conflitos psicológicos e existenciais. Nesse contexto de amor livre e plural, a ausência de exclusividade sexual extinguiria a infidelidade. Todavia seria preciso um processo educativo para que ninguém sentisse ciúme de ninguém e se dispusesse a compartilhar seu companheiro ou companheira com outros parceiros ou parceiras. Amor é um sentimento que não se coaduna com a posse da pessoa amada.
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