Não existe motivo algum para que o Universo exista. Ele poderia perfeitamente não existir. Surgiu por acaso, sem ter de onde provir, sem ter uma causa e sem ter um propósito. Do mesmo modo a vida, incluindo a humana. Não há motivo, razão nem propósito para existirmos, nem como espécie nem como indivíduos. Cada um de nós existe por acaso. Nisto está a imensa significância de nossa existência, pois se trata de uma raridade incomensurável. O fato de você existir, de existir a humanidade, de existir a vida, de existir este planeta, de existir este Sol, de existir esta galáxia, de existir este Universo, é no conjunto, tão singular e improvável, que temos que tirar o máximo proveito deste fato. Inclusive porque, com a nossa morte, acabaremos inteiramente. Não restará nada mais de nossa mente e de nossa consciência. Apenas a matéria de nosso corpo, para virar adubo. Morreu acabou, sumiu. É como um sono profundo de que não se acorda. Nada de lembranças, nada de alma, nada de céu, nada de inferno, A certeza disto nos confere uma responsabilidade tremenda para que tiremos o máximo proveito de nossas vidas. Cada um tem que encontrar a razão pela qual sua vida tenha um significado pessoal que lhe faça ver que ela não foi vivida em vão, mas que, por causa dela, as pessoas, a sociedade, a natureza, o mundo , o Universo, se tornaram melhores para todos os seres. Esta é a razão. Viver para melhorar o mundo para os outros e, em decorrência, para si. Não porque isto seja determinado por nenhum ser controlador da vida e nem porque, com isto, vá se ter algum prêmio ou evitar algum castigo em outra vida. Não há outra vida. Só esta. A justificativa em se viver para fazer o bem é, somente, o valor intrínseco do bem.
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