quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Seja honesto: existem pessoas sem aptidão para matemática, e que não possam compreende-la em um nível intermediário (ou avançado)?

Sim, isto é fato que eu já comprovei em meus 43 anos de magistério de física e matemática. Há pessoas que têm uma grande dificuldade em assimilar o tipo de raciocínio que se usa em matemática. Pelo que percebo, em parte isto seria algo genético, mas, principalmente é uma questão de aversão pela matemática surgida nas séries iniciais do ensino fundamental, por culpa dos professores e professoras de matemática. Parece que eles querem mostrar que são muito inteligentes por saberem matemática e amedrontam os alunos com uma dificuldade que a matemática não tem. Isto espanta e cria uma aversão. O professor tem que passar um entusiasmo pela matéria que ensina, especialmente a matemática das séries iniciais. De fato a matemática é algo fascinante. É maravilhosa e qualquer criança é capaz de entusiasmar-se por ela, se devidamente motivada. E quem toma gosto estuda e vai tendo boas notas, o que estimula a estudar mais ainda. Depois de grande, se não pegou gosto pela matemática, fica difícil. E o pior é que matemática é um conhecimento cumulativo, isto é, cada passo depende dos anteriores. Se a cadeia foi interrompida em algum elo, é quase impossível recuperar. É um problema sério, inclusive porque a falta de entendimento de matemática compromete seriamente a percepção do mundo que a pessoa é capaz de ter. Não resta dúvida sobre isto. Até o nível do ensino médio, toda pessoa culta tem que saber matemática e eu, inclusive, considero que derivadas e integrais deveriam ser introduzidas já no ensino médio. Advogados e médicos têm que saber logaritmos e trigonometria e não só engenheiros, do mesmo modo que engenheiros têm que saber história, geografia e biologia.

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