sábado, 9 de abril de 2011

E o amor fati, diria que é imoral ou anti-ético?

Considero que a submissão ao destino seja errada. Primeiro porque não existe destino. As ocorrências da vida de cada um se dão em função das múltiplas injunções oriundas das interações com os outros e das decisões tomadas pela própria pessoa. Nisso entra uma enorme dose de acaso e coincidência. O estoicismo, que admiro e procuro praticar, não significa uma submissão fatalista ao destino, mas uma aceitação do que não se consegue mudar. Mas é preciso que se tente mudar, envidando grandes esforços para que qualquer adversidade seja superada. O que não se pode é sucumbir ao fracasso. Mas não digo que se deva "amar" tal fracasso, apenas aceitá-lo com serenidade, se não se conseguir mudá-lo. Aceitar o que a vida reserva sem luta, para mim, não é virtude. Mas não é imoral, pois não há prescrição positiva a esse respeito. Nem é anti-ético, a não ser que tal postura seja prejudicial a outros. Neste caso, conformar com a derrota sem luta é anti-ético sim. Talvez até se ninguém, a não ser a própria pessoa, seja prejudicada. Porque, para mim, a resignação é uma espécie de fraqueza, que é o oposto da fortaleza, esta sim, uma virtude. Mas veja: há uma grande diferença em se resignar à derrota sem luta e em ser derrotado com luta e bravura. Neste último caso, aceitar a derrota com serenidade é uma virtude.

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