sexta-feira, 8 de abril de 2011

O que você me disse sobre a busca pela verdade não poderia ser a busca pelo conhecimento? Sei lá, acho o termo "verdade" algo muito dogmático. Posso estar errado, mas acredito que não haja uma verdade absoluta, e se há, nunca a alcancaremos. Não que isso

Verdade absoluta é um pleonasmo. Verdade é a adequação entre a realidade e o que se diz a respeito dela. Logo, se é verdade, é absoluta. Conhecimento é exatamente a busca do estabelecimento de verdades. O problema é a dificuldade em se verificar se algo que se está dizendo é verdade ou não. Assim o conhecimento é feito por aproximações provisórias da verdade. Há ainda a questão da subjetividade e da objetividade da verdade. Alguém pode estar convicto de que o que diz seja verdade e, portanto, não mente, mas, de fato, não o seja, pois ele está enganado. De modo geral considera-se que alguma proposição seja objetivamente verdadeira se contar com concordância de muitas opiniões. Mas isto não é uma garantia, pois podem estar todos errados, como acontecia no tempo em que se supunha que o Sol girava em torno da Terra. Existem dois critérios de verdade: a evidência sensorial (mesmo que assistida por instrumentos) e a comprovação lógica. Mas o problema do estabelecimento da verdade é epistemológico e não lógico. A lógica só cuida da validade do raciocínio e não da veracidade das premissas. Premissas verdadeiras, por meio de raciocínios válidos (não sofismas nem falácias) levam a conclusões verdadeiras. Assim toda comprovação só será verdadeira se for baseada em premissas verdadeiras. Estas podem ser a conclusão de alguma outra prova, mas, no início de tudo, há que se ter alguma evidência direta como ponto de partida. Em suma, a verdade sempre fica como um ideal a ser buscado, muitas vezes sem nunca se ter certeza de que já se alcançou. Por isso é que o ceticismo é uma ferramenta preciosa na busca da verdade.

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