quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Professor, a relação mapa-território não acaba sendo um regresso ad infinitum? A questão de que um mapa não é o próprio território acaba por relativizar ad infinitum a proposição. O que o senhor acha?

Não vejo assim. Mapear é fazer uma aplicação injetora de uma região concreta do Universo (que você está chamando de território) em uma representação pictórica dela (em papel ou em tela), dentro de uma escala e com ênfase em alguma característica que se deseje visualizar. Outro mapa é outra aplicação, com outra escala. Certamente que se pode fazer um mapeamento de um mapa em outro mapa, mas isto não significa regressão infinita. Isto se aplica a mapas geográficos bem como a plantas de edificações, de máquinas, modelos de organismos, mobiliário, peças de vestuário etc. O importante é a preservação da vizinhança e da similaridade, mesmo que não se preserve relações de distâncias e ângulos. O que não pode haver é relações plurívocas, exceto nos cortes. Cada ponto do objeto real mapeado (mundo, céu, edificação, mecanismo, organismo etc) tem que corresponder a um só ponto do mapa, segundo uma regra de projeção, de tal forma que preserve também a noção de vizinhança e similaridade.

Ask me anything (pergunte-me o que quiser)

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