terça-feira, 5 de junho de 2012

Sua opinião sobre: Marcha das Vadias

Acho válida. Porque há gente que acha que estupros se justificam porque as mulheres se vestem de modo provocante. Ora, as índias andam nuas e os índios não as estupram. Estupro e assédio sexual são culpa do agressor e não da vítima. Não interessa como a vítima se vista e nem se tenha provocado o agressor com palavras ou gestos. Sexo só é válido com consentimento de ambos e pronto. Qualquer outra situação em que não haja consentimento é uma infração ou um crime. Pode ser da mulher também. A sociedade tem uma parte na culpa, que não justifica uma ação dessas, em absoluto. É considerar o sexo como uma espécie de mercadoria e não como uma relação amigável e livre entre pessoas adultas. Uma relação inteiramente recíproca e completamente gratuita. Sexo apenas com o sexo se paga. E com aquele que se está fazendo na hora. Pronto. E não pode ser moeda nem chantagem. Para isso ele tem que ser inteiramente livre. Não se pode dizer com quem se pode ou não se pode fazer sexo. Todo mundo pode fazer sexo com todo mundo que quiser. Não interessa mais nada além da aquiescência mútua. Fidelidade conjugal é uma balela que tem que ser extinta. Inclusive o próprio matrimônio. Sou inteiramente contra tal instituição. Uma união livre é muito mais honesta e válida, inclusive mais intensa e verdadeira do que um relacionamento formalizado. A formalidade atrapalha, porque tira a liberdade de se ter uma relação até que seja monogâmica por opção e não por coação social. E permite que relações plurais ocorram de forma aberta e consentida, sem traições. Muito mais honesto. Inclusive a possibilidade de sexo recreativo dos envolvidos em uma relação estável com outras pessoas, também de forma consentida. Sem ciúmes e sem possessividade nenhuma. Tudo livre. Sendo assim, não há razão para nenhum comércio sexual e nem para crimes sexuais, como a famigerada "defesa da honra" e nem estupros. Mas... existe uma maldade em muitas pessoas. Só que tem que nada justifica nenhuma ação que prejudique deliberadamente o outro ou lhe cause qualquer dano, sofrimento ou prejuízo. Por isso acho válida a "Marcha da Vadias". O principal é mostrar que não há diferença entre "moças de família" e "vadias". Todas têm família e todas são "vadias", porque as "moças de família", pelo menos em pensamento, queriam ser "vadias".
Prosseguindo na resposta. Também, como você assinalou no comentário, há outro protesto embutido: contra a condenação a mulheres que gostam de sexo recreativo com diferentes parceiros. A sociedade admite, nem sequer veladamente, que homens possam ser "garanhões" e façam sexo com muitas mulheres, sem envolvimento e sem compromisso. Isso é tido até como valoroso. No entanto, mulheres que agem assim são chamadas de "galinhas" e isso é pejorativo. Ora, cadê a simetria? Mulheres também podem gostar de sexo e o fazerem sem envolvimento nem compromisso, se quiserem. Isso não as torna "putas". Senão os homens assim também seriam "putos". Sexo é algo que tem que ser livre. Inteiramente. Só depende do consentimento mútuo. E, como disse, gratuito. A única paga do sexo é o próprio prazer sexual que um frui do outro naquele momento. E que um dá ao outro. Sexo com prazer unilateral é abominável. Mulheres que se casam para garantir o sustento ou a posição social, sem gostar do marido nem terem prazer com eles são piores do que prostitutas. Estas, pelo menos, são honestas no que fazem. Daí a "Marcha das Vadias" ser um movimento libertário e igualitário. Porque a igualdade entre os sexos ainda está longe de existir, mesmo na sociedade ocidental laica e democrática.

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