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terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Professor, o que você acha sobre a teoria do design inteligente? Thays Helen
Não vejo fundamento nela. O argumento de que a complexidade apresentada, por exemplo, pelas estruturas dos seres vivos superiores, não poderia ter surgido por acaso, nem sequer a própria vida a partir de moléculas inorgânicas, ou mesmo a própria estrutura da natureza, em que existem átomos e moléculas, não tem sustentação. Por menor que seja a probabilidade disso tudo, não é impossibilidade e, pode-se igualmente conceber, com a mesma plausibilidade de se conceber alguma entidade inteligente extrínseca ao Universo que tenha planejado e executado tudo como é, que assim o seja por acaso. Aliás, a suposição dessa entidade é muito mais problemática. O acaso se dá dentro do comportamento próprio do Universo e da natureza, mas uma interveniência extrínseca levanto o problema do modo como essa entidade, não pertencendo ao Universo, pudesse ser capaz de agir sobre ele, de modo a executar os seus planos. Isso é muito mais inaceitável do que o acaso ter feito tudo. Se, por acaso, não tivesse acontecido nada ou, pelo menos, parte do que foi preciso acontecer para tudo ser como é, simplesmente não seria como é. Poderia não haver matéria, não haver estrelas, não haver planetas, não haver radiação, não haver vida, nada disso. Nem mesmo haver o Universo. Não há razão nenhuma para que exista algo ao invés de nada. Para mim tudo tem origem inteiramente natural, sem a menor interveniência extra-natural, em razão de coincidências e acasos. Isso é muito mais plausível.
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