Considero inteiramente correta a postura de que as escolas não podem tomar partido de nenhuma ideologia ou doutrina de qualquer espécie: política, religiosa, científica, cultural ou de que categoria for. Isto vale para todas as vertentes dessas categorias, como as posições de esquerda, de direita, democráticas, anarquistas, totalitárias, cristãs de qualquer confissão, judaicas, islâmicas, budistas, hinduístas, ateístas, racistas, classistas, homofóbicas, homofílicas ou seja o que for. Mas também precisam apresentar, de forma neutra e sem nenhum viés tendencioso para o lado que for, todas as opções de escolha nessa diversas categorias. E, principalmente, cultivar a tolerância e o respeito aos modos diferentes de pensar e de agir, condenando, é claro, toda atitude que venha a ferir liberdades inalienáveis das pessoas. Para tal é interessante que se promovam apresentações e debates entre as várias correntes de opinião a respeito de algum assunto, como entre o evolucionismo e o criacionismo, o teísmo e o ateísmo, o socialismo e o capitalismo, a democracia e o anarquismo e várias outras dessas dicotomias. Dessa forma a juventude se formará com o conhecimento de todas as escolhas que poderá tomar na condução de sua vida pessoal e em sociedade, de modo a poder definir sua cosmovisão e seu ideário, que se tornarão parte integrante de sua vida adulta e, em função do que, pautará suas atitudes e decisões. ao mesmo tempo tem que ser mostrado que certas escolhas não podem ser feitas, seja qual for a opção tomada nessas categorias. Refiro-me à escolha pela conduta desonesta, criminosa, egoísta, mesquinha, aproveitadora, fraudulenta, prepotente, injusta, covarde, mentirosa, tapeadora, vil, ordinária e o que for de malvada e maldosa. Essa escolha tem que ser rejeitada não pelos prejuízos que possa causar à própria pessoa, mas porque é intrinsecamente errada, mesmo que só leve vantagens a quem a faça. O comportamento ético tem que ser cultivado pelo seu próprio valor e não por vantagem nenhuma que traga. Assim procedendo, não importa de que lado a pessoa se posicione nas escolhas antes mencionadas, ela pode viver com a consciência tranquila de ser alguém que pauta a vida pela prática do bem e da virtude. O que não se pode é proceder a escolhas por conveniência, sabendo que se está do lado errado da justiça. Isto tem que ser impregnado na mente da juventude: se algum lucro, de qualquer espécie, advir em sacrifício de algum princípio ético, que se leve o prejuízo.
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