Abjeto, vil, execrável, nojento. Pretender impingir normas morais à sociedade mas não cumpri-las é o cúmulo do descaramento. Homens que defendem a honra de suas mulheres e filhas com bala e que fazem uso de prostitutas não merecem um pingo de respeito. E a honra das prostitutas? Elas não são pessoas? Não têm família? Quando esse falso moralismo, especialmente no quesito sexual, for inteiramente derrubado a prostituição deixará de existir. Porque numa moral sexual sadia, todo homem seria de toda mulher e toda mulher de todo homem. Numa concepção alargada de família pluralista, com compromisso de dedicação, de apoio, de companheirismo, de afeto, de responsabilidades. Mas não de exclusividade e nem de perenidade. Relacionamentos amorosos e sexuais completamente livres, honestos, decentes, mas não necessariamente biunívocos, podendo até ser, por opção, sem imposição. Todos igualmente empenhados na manutenção econômica do grupo e no compartilhamento dos trabalhos domésticos e na criação das crianças.
Mas isso também se aplica ao falso-moralismo nos negócios, em que pessoas defendem a moralidade apenas no que lhes beneficia e a quebram quando ela lhe causa prejuízo. Que ética é essa? É preciso entender que, se a mentira e a maldade lhe trouxer benefício, esse benefício é inválido e você tem que aceitar ser prejudicado. Isso é que é ter moral.
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segunda-feira, 2 de abril de 2012
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