segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Por que as perguntas mais bem elaboradas e reflexivas são as que obtêm menos respostas?

Porque há uma fobia por tudo o que seja complicado, elaborado, trabalhoso, demorado. Isso resulta da preguiça, de falta de cultura e da burrice. Trata-se de uma concepção totalmente errônea de que a simplicidade seja preferível à complexidade. Mentira! É a complexidade que faz com que o ser humano seja mais capaz do que uma minhoca, por exemplo. Todas as grandes proezas da humanidade, como levar uma nave robótica a pousar em um lugar pré-determinado de uma lua de Saturno, por exemplo, são extremamente complexas. A decodificação do DNA também o é. A fobia da complexidade levará a uma decadência geral da humanidade, que ficará refém dos poucos que se dispõem a encará-la e, com isso, terem o poder de dominar o conhecimento e as habilidades difíceis. Há 42 anos que, como professor, luto para que os estudantes encarem com prazer os desafios da complexidade e a dominem. Pensar e saber, para mim, são os segundos maiores prazeres do ser humano, atrás apenas de amar e ser amado. Até uns cem anos atrás, ainda se valorizava e se buscava, exatamente, ser capaz de fazer o que fosse difícil, trabalhoso, demorado, complicado, tanto nas artes quanto nos ofícios. Móveis, prédios, roupas, música, tudo era intrincado e muito elaborado. O culto da simplicidade e do despojamento surgiu após a primeira guerra mundial e vem aumentando dia a dia. Mas, para tal, é preciso que alguns dominem a complexidade, para projetarem dispositivos que facilitem a vida das pessoas comuns, como computadores, eletrodomésticos e vários outros. Essa facilitação das atividades cotidianas levou a que a maioria, em outros aspectos também, adquirissem ojeriza pelas dificuldades e, com isso, embotassem a sua inteligência. É uma grande lástima. Como professor, sempre induzi o aprimoramento da inteligência, exatamente, complicando. É o que precisa ser feito para que a humanidade deixe de descer a ladeira da burrice e da ignorância que vem fazendo e pare de ser cooptada por espertalhões de várias correntes, como religiões e ideologias políticas, que, em verdade, não querem o bem de ninguém exceto o deles mesmos. Claro que há religiosos e políticos bem intencionados, mas as pessoas, por terem ficado burras e incultas, não sabem distinguir o joio de trigo.

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