terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Ernesto, o que são os predicados segundo a metafísica aristotélica?

Predicados são atributos ou qualidades do ser. Podem ser essenciais ou acidentais, segundo caracterizem o que o ser seja, ou apenas o que ele possa ter, não necessariamente. Nem tudo o que se afirma de um ser, gramaticalmente um sujeito, contudo, é um predicado. Pode ser um termo de comparação. Na proposição Pedro é maior do que João, "maior do que João" não é um predicado de Pedro. Nesse caso, Pedro e João são seres que estão sendo comparados em relação a um predicado, a sua altura. Um predicado essencial é o que, sem o qual, o ser não é o que é. Ser redonda é um predicado essencial de uma esfera, mas ser grande ou lisa é acidental. Ter asas é um predicado essencial de uma ave, mas voar não é. A noção de predicado também é uma noção lógica, além de metafísica. Neste caso se refere, numa proposição (que é a expressão verbal de um juízo), ao que se diz do sujeito, como na gramática. Só que um juízo pode não ser verbalizado, ou seja, o pensamento pode se dar sem palavras. Todavia, nesse caso, não há como analisá-lo logicamente. Ao aspirar um perfume pode-se fazer um juízo de seu odor sem expressá-lo verbalmente, apenas pela satisfação ou insatisfação sensorial provocada. Aliás, a maior parte do pensamento não é verbalizada. Meus dedos tecam o teclado sem comandos verbalizados para tal, mas o cérebro pensa o que vai fazer.

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