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domingo, 5 de janeiro de 2014
Sendo assim, você é a favor da poligamia, professor?
Não sou a favor como uma prescrição e sim como uma possibilidade, quer poliândrica quer poligínica ou mista. Mas não um arranjo rígido e sim uma situação livre, em que os relacionamentos conjugais podem ser múltiplos tanto em sequência quanto simultâneos. De modo completamente franco, aberto, conhecido pela sociedade e consentido por todos os envolvidos. Todos cuidam uns dos outros em habitações coletivas. Todos se amam, todos são amigos, todos se curtem. Mas podem ser monógamos também. O que não se pode é estabelecer nenhum padrão obrigatório. Quanto às crianças, todos cuidam de todas, não importa que sejam os pais e mães biológicos. Todas são amadas e cuidadas. Isso inclui a possibilidades dos relacionamentos hetero, homo, bi e assexual, isto é cada pessoa pode ter companheiros românticos-eróticos do sexo oposto, do próprio, de ambos ou nenhum, havendo apenas amor platônico. Tal sistema familiar ampliado é muito melhor para a felicidade de todos e, inclusive, mesmo dentro da situação não anarquista de existência de dinheiro e propriedade, muito mais eficiente econômicamente, já que o produto do trabalho de todos é compartilhado por todos os membros dessa família ampliada. O ideal, inclusive, é que haja heterogeneidade cultural, para desenvolver a tolerância em relação a modos de vida diferentes. Se isso contrariar certas convicções religiosas, não é problema. Que se abandonem as religiões e dediquem a vida à prática humanística do bem, muito mais valiosa do que uma virtude associada ao ganho de qualquer recompensa ou a se evitar qualquer condenação. Não é preciso que se sejam ateus, mas é muito bom que tenham uma crença espiritual, se tiverem, dissociada de qualquer particular religião.
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