Em parte nasce, mas não é imutável. A questão se é a genética ou o ambiente que formam a personalidade e o caráter tem por resposta: "Ambos". Há um livro: "Evil Genes", de Barbara Oakley (Prometheus), que discute essa questão. Há casos patológicos de maldade intratável, mas, em geral, o caráter advém de uma combinação desses fatores. Ninguém é perfeitamente bom de nascença que não seja capaz de fazer alguma maldade nem completamente mal que não seja capaz de se controlar e, até, fazer bondades. Considerando o ambiente educacional da família e da escola na tenra infância, é possível orientar a formação do caráter para o bem. Há uns problemas, contudo. O primeiro é que parece que as famílias, a escola, a sociedade e os governos não estão convencidos que a educação seja prioritária em relação à economia, a agricultura, a indústria, o comércio, a saúde, os transportes, a habitação e tudo o mais, quando, de fato, é da educação que surge todo o resto. Segundo que, dentro da educação, nem todos os educadores estão convencidos de que a educação da personalidade e do caráter seja prioritária em relação ao domínio de conhecimentos teóricos e habilidades práticas para o exercício de alguma profissão, como, de fato tem que ser. Os currículos escolares não consignam espaço específica e formalmente destinados a tal empreita e nem há disciplina voltada para o assunto, sequer itens dos programas das outras disciplinas ou ênfase no desenvolvimento do assunto nos temas transversais. Depois, pais e professores não possuem o treinamento adequado para cumprir a tarefa de educar a personalidade e o caráter das crianças e dos jovens em formação. Daí o desastre que se vê por aí. É claro que outros fatores intervêm, como a má distribuição de renda, que, para mim, entra no mesmo nível de importância que a falta de educação (mas não superior, como pretendem alguns). Se tudo isso fosse sanado, a tendência genética por um comportamento mais danoso poderia ser perfeitamente atenuada.
Dentre os recursos para obter tal atenuação estão o desenvolvimento do espírito de solidariedade e cooperação na execução dos trabalhos e não de competição, o estabelecimento de consequências desagradáveis para toda ação malévola e agradáveis para ações benevolentes, mas de forma não exagerada e nem humilhante, por ou lado ou criadora de vaidade por outro lado. Todavia, nos casos graves, não se pode deixar de aplicar uma punição mais severa, cuidadosamente medida e criteriosamente aplicada de modo a não produzir um sentimento de revolta que faça recrudescer a tendência malevolente. Educar, sem dúvida, é um arte extremamente difícil e refinada. Mas não impossível.
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sábado, 16 de julho de 2011
Ernesto vc acha que o caráter já nasce com a pessoa? as diretrizes básicas de uma pessoa são imutáveis? quem nasce com tendência para ser um ladrão já nasce com isso basta ter um oportunidade? em boa parte do crianças o caráter delas logo na infância?
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