domingo, 9 de outubro de 2011

Num enxame, no galinheiro,, no curral, na família, tanto no mato, quanto no quintal, os animais se organizam segundo regras rígidas de convivência, que consideram o status de cada indivíduo. Como pode o anarquismo, se ele não aceita leis e hierarquia?

Com superação da animalidade pela civilização. Leis, hierarquia, restrições à liberdade, classes sociais, governo, nações (mas não países), fronteiras, propriedade, dinheiro, religiões, disputas e guerras são atestados da animalidade ainda não superada da humanidade em sua evolução à civilização. Anarquismo não é desordem. Pelo contrário, é o suprassumo da ordem porque não é imposta, mas sim assumida por consenso. Anarquismo é a prevalência da colaboração sobre a competição, da diligência sobre a preguiça, da solidariedade sobre a dominação, do altruísmo sobre o egoísmo, da bondade sobre a maldade, da justiça sobre a injustiça, da virtude sobre o vício, do bem sobre o mal, na nobreza sobre a vilania, da bravura sobre a covardia, da felicidade sobre a infelicidade. Anarquismo é o ideal de sociedade harmônica e fraterna, próspera e igualitária, livre e ordeira, pacífica e construtiva, moderna e avançada, culta e sofisticada. Sem nenhuma pobreza, ignorância, enfermidade, crime, insegurança, preconceito, intolerância. Global e regional na valorização das características relevantes de cada povo e no reconhecimento dos valores universais do homem e da importância do cuidado do planeta como nosso lar no Universo. No respeito a toda a natureza e, principalmente, na amizade completa de todas as pessoas de todos os povos.
Utopia? De modo nenhum! Algo perfeitamente realizável no curto prazo de algumas centenas ou poucos milhares de anos, levando em conta que a humanidade só tem 200 mil anos de idade e ainda perdurará por alguns milhões de anos no planeta.
Como chegar lá? Nada de revoluções. Anarquia não pode ser imposta, tem que ser desejada e aceita. Os governos, a propriedade, o dinheiro têm que desaparecer pela falta de necessidade de uso, não por lei ou decreto. O mesmo acontecendo com as forças armadas, o sistema judiciário e penitencial, o sistema bancário e fiscal e todas essas inutilidades. Isso será obtido pela educação, pela propaganda, pela divulgação, pelo exemplo, pelas ações no sentido de cada vez mais se prescindir dos governos, pois todos farão o que compete ao governo por conta própria. Pela adoção gradativa de modos comunitaristas de vida, sem imposição e sem envolvimento de dinheiro e propriedade: Alojamentos, refeitórios, lanchonetes, lavanderias, vestuários, hortas, pomares, canís, creches, escolas, centros de lazer, praças de esportes, bibliotecas, cinemas, teatros, garages, ambulatórios, oficinas, padarias, bicicletas e tudo o que uma comunidade precisar de forma inteiramente comunitária e gratuita, com trabalho voluntário e não remunerado. Sem residências individuais, nem famílias mononucleares, mas como se fossem grandes apart-hotéis em que tudo seria compartilhado, inclusive os maridos, as mulheres, os filhos e os pais. Mas nada com regras estabelecidas. Sempre pelo bom senso e com o objetivo do bem coletivo acima de tudo. Tudo feito em processo de mutirão, com doação de materiais e mão de obra, sem proprietários. Aos poucos isso iria sendo estendido a hospitais, universidades, indústrias, fazendas, transportes. Todos trabalhando de graça e tendo tudo o que precisassem sem pagar. Isto é perfeitamente possível de ser coordenado por comitês "ad hoc".

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação

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