segunda-feira, 25 de junho de 2012

Por favor, esboce uma refutação aqui da quarta via de São Tomás.

Quarta via
Ser perfeito: verifica-se que há graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer graduação pressupõe um parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é a causa da perfeição dos demais seres.

Não é verdade que qualquer graduação pressuponha a existência real de um parâmetro máximo. Este pode ser apenas um ideal abstrato de comparação. Não precisa existir, de fato. Isso é uma suposição inteiramente gratuita que não decorre de nenhuma necessidade lógica e nem há evidência concreta da existência de tal padrão.
Por outro lado, não existe uma causa de perfeição. Isso é outra consideração inteiramente doxista. Os níveis de perfeição dos seres advêm de motivos inteiramente fortuitos, nada indicando que sejam produto de algum atrator de perfeição que lhes desse causa.
E, finalmente, mesmo que, sem que seja necessário, houvesse, por acaso, um tal parâmetro máximo, ou uma causa atratora, o que implicaria que se identificasse tal causa com o conceito de Deus que se têm, pelo menos, nas religiões abrahãmicas? Ou seja, porque essa causa seria uma pessoa, porque seria benevolente, porque seria onipotente, porque seria onisciente, porque seria onipresente, porque seria transcendente e teria todos os demais atributos essenciais que permitiriam identificá-la com Deus? Porque não seria uma causa inconsciente, impessoal e contingente?

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