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domingo, 7 de maio de 2017
Se o li bem, Ernesto, para fazer o nosso trabalho teríamos de fazer prova pública de ateísmo. Vejo nisso quase uma Inquisição Ateia. O seu erro intelectual é crer que os "regimos de prova", da fé e do trabalho científico, têm de ser exactamente os mesmos e daí segue-se a sua incompatibilidade.
A prova de validade de qualquer proposição é a sua adequação à verdade. Ou, pelo menos, seu esforço nesse sentido. As religiões, absolutamente, não passam nessa prova. Suas proposições não são comprovadamente verdadeiras. As proposições científicas, por outro lado, primam pela honestidade em pretenderem ser verdadeiras e sempre buscam ser contestadas para que se verifique sua veracidade ou que sejam derrubadas. Isso não acontece com as religiões. Elas não se propõem a serem testadas. Isso é simples e não há diferença entre critérios de verdade seja para o que for. Daí a incompatibilidade entre ciência e religião. Realmente considero que um cientista crente não possa ser um verdadeiro cientista. Ele poderia aceitar que Deus exista apenas se isso fosse passível de comprovação e se verificasse que fosse verdade. Jamais pela fé. Fé é algo inadmissível em ciência, entendida como uma crença em afirmativas sem indícios de plausibilidade de serem verdadeiras.
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