quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Existe algo acima de qualquer dúvida?

Apenas a existência da mente de cada um, para si mesmo. Nada mais. "Cogito, ergo sum". Tudo o mais depende de se considerar a realidade do mundo exterior. Admitida esta, qualquer afirmação a respeito do que existe e de suas relações mútuas é passível de contestação. Verdade absoluta, que seria a perfeita adequação entre o discurso e a realidade, é uma impossibilidade. Mas pode-se considerar uma verdade objetiva a partir do consenso entre verdades subjetivas. Estas são as adequações entre o que cada um diz e o que ele acha que seja a realidade, por suas percepções sensoriais e pelo resultado de seus raciocínios. Tais afirmações, todavia, podem não concordar com a realidade em si mesma, ou por erro de percepção ou de interpretação, mesmo que o sujeito seja inteiramente sincero no que diz. O subjetivismo só pode ser afastado pela concordância de muitos sujeitos sobre uma mesma afirmação acerca da realidade. Mesmo assim, pode haver erro. O ideal é se contar com a interpretação de peritos, isto é, pessoas gabaritadas para uma análise cuidadosa e rigorosa, desde que sejam de ilibada honestidade. Isto é um problema jurídico muito grande, para que nunca se condene um inocente nem se liberte um culpado. Enfim, tudo pode ser submetido a dúvidas para, justamente, se envidarem os maiores esforços na apuração da verdade, Mesmo que a certeza seja impossível, pode-se contar com grandes plausibilidades. Mas, de fato, não se pode dizer, a respeito de nada, que seja algo acima de qualquer dúvida. Nem mesmo quando a afirmação for feita por alguma autoridade conceituada no assunto.

Ask me anything (pergunte-me o que quiser)

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