É a concepção de que, quando se ama, o amor não necessariamente seja exclusivamente voltado para uma única pessoa. Pode acontecer de se amar, e amar profunda e sinceramente, mais de uma outra pessoa. Isto é comum. Nossa sociedade, contudo, não permite que tal situação seja assumida de forma franca e explícita. Uma pessoa honesta, portanto, se estiver neste caso, tem que renunciar à realização efetiva de todos os seus amores, menos um. É claro que isto não faz com que, em seu íntimo, secretamente, ela não continue a amar, platônicamente, as outras pessoas que ama, sem deixar de amar a que escolheu ficar. Isto é fonte de muita infelicidade. Se tal situação fosse admitida socialmente sem problemas, muitos poderiam ser mais felizes, tanto homens quanto mulheres. Porque nada há, biologicamente, no homem e na mulher, que impeça este acontecimento. Senão não haveriam casos extra-conjugais. O problema da infidelidade é a traição, pois ela não significa ter casos extra-conjugais, mas em tê-los escondido. Se o relacionamento múltiplo for consentido por todos os envolvidos, antecipadamente, então não há traição nenhuma. Além do mais, ciúme e posse amorosa não é amor, mas egoísmo. Quem ama não se considera dono do ser amado, mas deseja a felicidade dele altruisticamente, mesmo que ela signifique não privar de seu amor. Isto poderia muito bem, inclusive, ser algo admitido legalmente, por meio da poligamia dupla (poliandria e poliginia). Isto é uma pluralidade amorosa concomitante, a par da pluralidade sequencial, já admitida pela sociedade com o estatuto do divórcio. Quanto aos filhos, nenhum problema, pois os pais e as mães sempre o serão, como acontece com filhos de separados que se unem de novo com outra pessoa. Para que isto funcione de fato é preciso que nenhuma pessoa adulta dependa financeiramente de seu cônjuge e que se liberte das amarras religiosas e sociais que lhe tolhem esse comportamento. Isto nada tem a ver com libertinagem nem devassidão. É uma situação que envolve compromisso, dedicação, respeito e afeição de todos os envolvidos, uns aos outros. O anarquismo sempre considerou esta situação. No anarquismo pleno, todo homem é o homem de toda mulher e toda mulher é a mulher de todo homem. Com consentimento, é claro. E toda criança é filha de todo adulto, que é pai e mãe de toda criança. O romance "Um amor anarquista", de Miguel Sanches Neto, considera esta situação, na Colônia Cecíla, em Santa Catarina, no início do Século XX.
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Hummm... fiquei curiosa. O que vem a ser o "poliamorismo"? :D
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