Porque o anarquismo, como o capitalismo, são situações espontâneas, assumidas pela sociedade por desejo próprio das pessoas. O socialismo e o comunismo são imposições de grupos ao todo da sociedade. Precisam de um aparato controlador muito grande. Requerem planejamento rigoroso e disciplina policialesca. O capitalismo, de certa forma, já é anárquico, mas ainda não pleno, da mesma forma que a democracia. O anarquismo pleno é um capitalismo exacerbado, no qual não existem mais empregados, todos são patrões e capitalistas. E também uma democracia exacerbada, em que tudo é resolvido diretamente pelos envolvidos, sem representação política. Nesta situação, muita coisa perde a razão de existir, como o dinheiro, a propriedade, o governo, o estado, as fronteiras. Quando isto acontecer, também perderão sentido a existência de forças armadas, polícia, judiciário, advogados, contadores, bancos e muitos outros profissionais. No anarquismo não há crimes. Mas é algo a que só se consegue chegar depois de um longo processo educativo, da ordem de muitos séculos ou milênios. Não pode ser imposto. Já há movimentos nesse sentido. O mundo do Euro é um exemplo. A internet e os programas de código aberto são outros. Aos poucos as pessoas vão começando a fazer as coisas de graça e o dinheiro vai perdendo a razão de existir. As ações comunitárias, como os mutirões e as cooperativas também caminham nesse sentido. É preciso que muitos comecem a resolver os problemas públicos por conta própria, sem acionar os governos municipais, estaduais ou o federal. Professores e pais de alunos de uma escola pública resolven reformá-la sem participação do governo. Moradores de uma rua consertam os buracos sem chamar a prefeitura. É assim que vai se acabando com a necessidade dos governos e do dinheiro. Tudo feito de modo espontâneo, organizado "ad hoc", sem envolver pagamento de nada. Tudo por doação, de materiais e da mão de obra. Sem contabilidade, sem imposto, nada disso. Sem registro de coisa alguma. Isso é anarquia, que é algo muito mais ordeiro do que o que se tem por aí. Porque vem do desejo e da disposição das pessoas em doarem-se uns aos outros.
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