terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tempo, espaço e energia sempre existiram. Seriam criados de que? Tem que haver algo para criar algo, espaço para ocupar, tempo para executar, e daí, criar. A energia foi criada pelas condições iniciais, daí a massa, dela a gravidade e, então, o resto.

Não é bem assim. Tempo, espaço, campo, matéria e energia, bem como as estruturas formadas por esses elementos e sua dinâmica são, exatamente, o Universo. Não existem tais elementos fora do Universo. E energia não é um constituinte do Universo, mas sim um atributo dos constituintes, como extensão, duração, carga, spin, movimento e outros. Se os constituintes sempre existiram, o Universo sempre existiu, mesmo que estruturado de outra forma (sem átomos, por exemplo). Não é necessário haver algo para disto se criar algo. Na concepção criacionista, Deus criou o Universo de nada. Mesmo não sendo criacionista, o surgimento (e não a criação) do Universo não requer nada de que seja proveniente. Tal exigência só existe no contexto das leis de conservação, que se aplicam ao conteúdo existente. Não havendo conteúdo, elas não valem. Assim, nada proíbe o surgimento de algo a partir de nada, se nada houver. Havendo algo é diferente. Então o que existe faz existir espaço e tempo (se evoluir) e, então, as leis de conservação, que expressam a simetria desses elementos. Não precisa haver espaço prévio para a criação ocupar. O espaço é criado por seu conteúdo. No momento em que algo surge, surge o espaço para que ocupe. O tempo também não precede o conteúdo e, inclusive, mesmo com conteúdo, pode não existir. O tempo advém da mudança no estado do conteúdo, que se deu desce o início, pois ele já surgiu expandindo-se. Não há energia eletromagnética se não houver campo elétrico, magnético ou ambos. Ela é um atributo desses campos, estáticos ou radiantes. As cargas elétricas nada mais são do que fontes ou sumidouros de campo elétrico. O campo é mais fundamental do que as cargas. A massa não é apenas devido à energia eletromagnética, mas a todas as modalidades de energia. Todas as interações (eletromagnética, forte, fraca e gravitacional),e todos os movimentos internos de um sistema (translações, rotações e vibrações) contribuem para o conteúdo de massa desse sistema. Para uma partícula elementar (leptons e quarks), sua massa (de repouso) é uma propriedade intrínseca. Todavia, como uma partícula pode ser aniquilada por sua antipartícula e transformada em dois fótons (que não possuem antipartícula), de certa forma podemos dizer que, de fato, suas massas medem a energia que os fótons carreiam, pela equação de Einstein. A energia de um fóton, contudo, não se relaciona com sua massa de repouso, pois ele não a possui. Ela é cinética, pois um fóton não existe sem estar em movimento com a velocidade da luz. Quando ele é absorvido por um sistema que está sujeito a interação elétrica (se não tiver não há absorção), sua energia converte-se em energia potencial elétrica do sistema. Note que um campo magnético é, simplesmente, uma componente de campo elétrico quando observada de um referencial em movimento. A gravitação, de fato, é resultante do conteúdo de massa e energia de um sistema (e não de matéria e energia, como alguns dizem) que provoca o encurvamento do espaço, que é a gravitação. A massa não provém da interação forte combinada com a fraca. Léptons não estão sujeitos à interação forte e possuem massa. O mecanismo de atribuição de massa às partículas elementares, tanto os bósons intermetidários quanto os férmions constituintes da matéria, é o “Mecanismo de Higgs”, que consiste em uma quebra de simetria de um campo de calibre espinorial, que teria se dado quanto a temperatura do Universo atingira o valor que faz a separação entre as interações fraca e eletromagnética, a partir da interação eletrofraca. Na época da simetria eletrofraca tudo o que existe no Universo são bósons sem massa, isto é, campos puros.

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5 comentários:

Unknown disse...

Também acredito que tempo, espaço e Deus sempre existiram. Estes três não tiveram criador.
Creio que Deus num determinado tempo criou o universo dentro do espaço.

Ernesto von Ruckert disse...

Tempo e espaço não são entidades apriorísticas. Eles advém do conteúdo e da mudança de estado do conteúdo do Universo. Se o conteúdo não mudar, não há tempo, se não houver conteúdo, não há espaço. Quanto a Deus, pode ser que exista e tenha sempre existido. Mas não faz parte do Universo, não ocupa espaço e nem vive no tempo.

Diskmania disse...

Penso que existe algo por traz de tudo que nossa vã consciência ainda não tem e não sei se terá em um tempo a compreensão. Divagamos sobre muitas coisas para descobrir em um futuro incerto que estávamos redondamente enganados. Não existe uma perfeita compreensão do que é o tempo e o espaço, apenas supomos que temos uma explicação. Talvez sejamos apenas minhocas em um universo que pode estar no interior de um elétron que por sua vez faz parte de outro e outro e outro... Busco respostas mas já tenho o conhecimento que não é o meu "tempo" de saber ou entender o sentido das coisas. Penso acreditar que estamos em uma dimensão do espaço e tempo que se replicam e nunca terminam, mas isto talvez seja apenas o meu instinto de preservação que tenta conservar a minha existência para sempre (se isto existe).

Anônimo disse...

O tempo teve um início e terá um fim.

Unknown disse...

Só queria saber como o nada, sem potencial algum, teve a energia suficiente para se criar a materia??é questão de lógica, do nada, nada se sai, e a fisica quantica hoje nos mostra que tudo é vibração, e se deus realmente existe, ele esta fora do espaço /tempo.

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