quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Confesso que fico encantada por conhecer alguém como você que lida com o amor de forma tão sublime (sentindo, vivenciando e escrevendo). Mas é certo que eu preciso melhorar (e muito) para ser como você. Especialmente no quesito "posse". :)

Priscila. Isto é algo que você consegue amadurecer se refletir bastante sobre o significado do amor que é, justamente, querer o bem do amado, cuidar dele. É claro que se deseja retribuição e quando há, nada é mais maravilhoso. Mas, pense bem, qual a razão de se querer exclusividade? Se você é amada, querida, cuidada, admirada, porque não querer que seu amado também possa ter o mesmo amor por outras pessoas? Pense em si mesma. Nunca lhe ocorreu amar a mais de uma outra pessoa ao mesmo tempo e ter ficado triste por ter que fazer uma escolha? Porque não ficar com todos? Essa noção de que amor não é um sentimento exclusivo eu percebi ainda na adolescência, ao me ver amando, platônicamente, duas meninas. Mas não fiquei com nenhuma, pois, à época, eu era da TFP e não podíamos namorar. Ao longo da vida fui percebendo quantas pessoas sofrem por ter que optar por apenas um companheiro(a) amoroso, quando queriam ter mais. Não se trata de devassidão ou libertinagem. Estou falando de amor sincero e sério, com compromisso. Que compromisso? Compromisso de devoção, de admiração, de atenção, de carinho, de cuidado, de respeito. De exclusividade? Por que? Em que a não exclusividade exclui qualquer dos quesitos acima? Falta de respeito? O que significa respeitar? Significa cumprir o que está tratado. E se o trato não incluir a exclusividade, onde está o desrespeito? Eu e minha mulher somos um casal monogâmico e devotado. Nem eu nem ela temos outros relacionamentos amorosos. Ela, mesmo considerando que esta possibilidade não teria problema, não admite, por não querer enfrentar a forte oposição da sociedade e da família. Eu, que não ligo para isto, mesmo que passasse a amar outra pessoa também, não realizaria este amor, porque isto romperia o nosso trato, que inclui a fidelidade. E infidelidade, para mim, é um crime. Note que infidelidade não é o rompimento da exclusividade, mas este rompimento às escondidas, sem o conhecimento e a aquiescência de todos os envolvidos. Isto é mal-caratismo. Pessoas que defendem a monogamia mas têm casos extraconjugais escondidos, para mim, são crápulas, merecedores do maior desprezo.

Ask me anything (pergunte-me o que quiser)

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