segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Ernesto, conte-me a sua posição acerca do livre-arbítrio. Acredita em uma visão Sartreana ou Schopenhaureana do problema? Ou usa algum outro autor pra fundamentar a sua própria concepção?

Minhas concepções, concernentes ao que quer que seja, provêm de tudo o que estudei a respeito, sobre o que refleti. De modo que podem ter contribuições de muitos autores, mas, em geral, eu nem sei mais de quem. Ao final, são de responsabilidade inteiramente minha. Ou seja, é o que eu "acho". Quanto ao livre-arbítiro, admito que ele exista, em decorrência do indeterminismo quântico, isto é, como, na natureza, não há como se prever, indubitavelmente, a consequência de qualquer ação, especialmente em nível microscópico, isso significa que não existe nada que tenha que ser assim ou assado. O comportamento macroscópico apresenta uma aparência de determinismo e causalidade em razão da probabilidade de eventos compostos por um grande número de eventos atômicos estar muito concentrada, com a função de densidade tendendo para uma função delta de Dirac. Ou seja, mesmo que as influências genética e ambiental sejam fortíssimas, não são determinantes para uma decisão, que ainda pode ser tomada, voluntariamente, em oposição a todas as diretrizes. Não existe o "maktub", nem destino. Não só o homem, mas os animais também possuem liberdade de escolha em suas decisões. O futuro global do conjunto de eventos do Universo em um corte de Cauchy global, isto é, em uma hipersuperfície tridimensional espacial do espaço-tempo quadridimensional correspondente a um dado valor de tempo cosmológico é completamente imprevisível, estando ligado a três tipos de relações: as causais incontornáveis, as aleatórias ou fortuitas e as causais deliberativas, isto e, decidas por agentes conscientes, como animais. vivos, dentre os quais o homem.

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