domingo, 12 de janeiro de 2014

Sempre é possível calcular a trajetória de um corpo quando se sabe de todas as variáveis? A física sempre se comporta da mesma maneira nesse sentido?

Não. Isso só acontece em nível macroscópico. Aí sim, sendo conhecidas todas as interações, posições e velocidades iniciais, o movimento de um sistema fica determinado. Como o dissera Laplace*. Isso é o que é feito nas simulações computacionais da formação e colisão de galáxias, por exemplo. Mas em nível microscópico isso não acontece. Há uma indeterminação intrínseca da natureza que faz com que cada evento possa produzir uma pluralidade de efeitos, cada qual com a sua probabilidade, mas todos admissíveis. Então o determinismo cai por terra. Da mesma forma que, nesse nível, a incausalidade ocorre muito frequentemente, isto é, há eventos fortuitos, que não são efeitos de nenhuma causa. Essas características não permitem prever a sucessão de estados de um sistema, ao longo do tempo. Em verdade, mesmo em nível macroscópico, ocorre essa questão das probabilidades. Mas, como se tratam de ocorrências que envolvem números fantásticos de eventos atômicos (10^25 para objetos das dimensões humanas e muito mais para objetos astronômicos), a probabilidade combinada desses eventos individuais converge para um intervalo tão restrito de possibilidades que se pode considerar um só ponto. A função de densidade de probabilidade se assemelha a uma função delta de Dirac (consulte o Google ou a Wikipédia).
* "Une intelligence qui, à un instant donné, connaîtrait toutes les forces dont la nature est animée, la position respective des êtres qui la composent, si d’ailleurs elle était assez vaste pour soumettre ces données à l’analyse, embrasserait dans la même formule les mouvements des plus grands corps de l’univers, et ceux du plus

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