domingo, 14 de abril de 2019

Ernesto é lamentável a indignação seletiva em tragédias. Na França o mundo para quando há massacres e na Somália o impacto no mundo é menor, quase nulo. Será isto uma evidência de uma síndrome da dependência ao dominador cultural e econômico que a Europa e EUA são no Brasil?

A questão não é tanto a dominância econômica, mas a dominância cultural. Os países europeus, norte-americanos, o Japão, a Coréia do Sul, a Austrália e vários outros, no contexto do mundo, têm uma importância maior em razão de sua força cultural, artística, científica, tecnológica, além de econômica. Então o que ocorra com eles é muito mais divulgado pela mídia, que, na maior parte, é deles. Os países periféricos da África, América do Sul, Oriente pobre e o resto, não provocam grandes comoções por suas catástrofes, justamente porque têm uma baixa influência cotidiana em todo o mundo. Isso vale pela literatura, pelas artes, pela música, pela ciência, pelos produtos tecnológicos que produzem, pela civilização que desenvolveram. É difícil ser diferente. Você conhece escritores franceses e ingleses, mais não conhece somalianos ou senegaleses. Você conhece pintores italianos e holandeses, mas não conhece ugandenses ou haitianos. Você conhece carros alemães ou suecos, mas não conhece carros cambojanos ou marroquinos. Isso está ligado à economia de modo indireto, mas de modo mais direto está ligado à cultura e à civilização.

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