quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Professor, segundo seu perfil vejo que o Senhor é anarquista, há certos momentos em que pode haver conflitos no anarquismo, já que não há poder maior em comando e todos tem direito a voz, certo? Se na monarquia é todos por um, no anarquismo podemos dizer que é um por todos ?

De certa forma, sim. A anarquia requer consenso e muita dose de renúncia em prol do bem comum. Mas, também, recursos de argumentação inteligente para convencer de seu ponto de vista. Bem como dedicação total, diligência máxima, nenhum resquício de preguiça e nem de cobiça. É uma sociedade de pessoas virtuosas, de pessoas sábias, filósofas. Por isso é que não é fácil de ser atingida e só o pode por meio de uma evolução do pensamento, que inclui um nível muito elevado de educação para toda a população. E, por educação, eu não entendo apenas aquisição de conhecimentos, mas também o aprimoramento da inteligência e da sensibilidade, o treino da vontade, o desenvolvimento de habilidades, a formação do caráter, o fortalecimento do organismo e da saúde e a aquisição de competências. Isso tudo objetivando uma mudança de cosmovisão que leve à concepção anarquista de gestão da sociedade, em que o bem de todos prevaleça sobre o de cada um e o senso de dever seja acolhido de forma voluntária, sem pressão nem coação nenhuma. É uma ordem muito superior, por não provir de nenhuma obrigação, mas de adesão. Para mim, mesmo que a sociedade não se torne totalmente anarquista, o cultivo dessas disposições como parte do processo educativo é de uma relevância colossal para toda a humanidade: a tolerância, a solidariedade, a cooperação, o brio, a dedicação, o desprendimento, a fraternidade, a cordialidade, a gentileza, a fortaleza, a justiça e todas as virtudes, inclusive intelectuais, como a inteligência, a cultura, as boas maneiras, o refinamento. Tudo isso promoverá a paz, a prosperidade, a alegria e, ao final, a felicidade de todos, sem exceção.

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