sexta-feira, 17 de abril de 2015

A maioria dos professores entra na sala, passa aquele conteúdo que ele já está acostumado a transmitir teoricamente, e depois vai embora para a sua casa. Creio que a docência só deve ser mais valorizada se o professor realmente desempenhar um papel na formação integral do aluno.‎

Sem a menor dúvida. Atuar no magistério não é como ser um funcionário qualquer, de banco ou repartição. É algo que exige um mergulho completo. Um compromisso total, sem limitação de tempo e lugar. Requer que o professor tenha uma relação com o aluno que seja mista de amizade, paternidade, fraternidade e não só uma relação de clientela. O professor precisa querer o bem dos alunos e trabalhar para isso com empenho. Por isso é que considero que a atividade de docência seja a mais importante atividade profissional do mundo. Muito mais importante que a de médico, de político, de empresário, de magistrado, de militar, de sacerdote ou seja o que for, exceto a função de pai e mãe. Daí a necessidade de ser exercida pelas pessoas mais competentes da sociedade. Como também das pessoas de mais ilibada conduta, de mais aberta mentalidade, de maior desprendimento e dedicação, mais altruístas, mais justas, mais generosas. Por isso tem que ser a carreira mais bem remunerada e mais atrativa, a ser disputada pelas melhores cabeças. Daí não ser possível, enquanto o dinheiro não for abolido, que seja uma atividade empresarial privada, pois teria que ser extremamente cara, não havendo quem poderia pagar, exceto os muito ricos. Mas o ensino não pode ser diferenciado para ricos e pobres. Tem que ser o mesmo para todos. Isso implica em que, até que o mundo seja anarco-comunista, educação tem que ser uma atividade exclusivamente estatal. Do mesmo modo que o sistema de saúde.

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