segunda-feira, 13 de abril de 2015

Talvez eu não tenha sido claro na questão anterior. Eu concordo com tudo o que você disse. A minha intenção era dizer que muitas vezes as pessoas deixam de relacionar qualquer conhecimento com a realidade. Até mesmo a física, por exemplo. Estudam tudo como se fosse pura abstração, o que é leviano.‎

Isso é um equívoco de quem não sabe o que, de fato, seja ciência. Me faz lembrar o que se dizia do Feynman quanto passou sua licença sabática no Brasil, em 1952, no CBPF, onde me mestrei. Ele estava ensinando polarização da luz e pediu aos alunos que mostrassem um exemplo do fenômeno e eles não acharam. Mas, pela janela, o Sol se refletia no mar e isso polariza sua luz. O estudo puramente livresco que se faz no Brasil é um atentado à ciência. Da mesma forma que a Filosofia tem que ser vivenciada. O que não impede que se filosofe, também, sobre assuntos apartados da vida cotidiana. Felizmente tive a oportunidade de lecionar, por oito anos, numa escola em que a ligação do conhecimento à vida era levada a cabo no dia a dia. Isso foi na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, da Aeronáutica, em Barbacena, entre 1968 e 1976. Em pleno regime militar eles tinha mais consciência do significado do processo de aprendizagem do que se tem hoje, depois da redemocratização. Não estou defendendo o regime militar. Estou só fazendo uma constatação, pois eu vivi isso.

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