terça-feira, 23 de junho de 2015

A abolição da propriedade privada implicaria em redução de privacidade?‎

Não, mesmo não sendo propriedade pessoal, a ocupação de aposentos e o uso de objetos comunitários, como, por exemplo, computadores, enquanto estiver por conta de algum usuário, deve ter a garantia de privacidade assegurada. Em verdade, o que interessa, nesses casos de dados digitais, é a privacidade dos dados, que não precisam estar armazenados nos aparelhos e sim em hospedarias de dados, com usuário e senha. A abolição da propriedade privada, em verdade, se refere a bens de vulto, como imóveis, veículos e outros que tais. As pessoas poderiam ter os seus óculos, sapatos, roupas e assemelhados pessoais. Ao mesmo tempo em que haveria vestuários públicos para quem quiser pegar e usar as roupas disponíveis. O que não se pode admitir é alguém ter uma coleção de centenas de sapatos, por exemplo, enquanto outros andam de pé no chão. Outra consideração é a de que a privacidade não é um valor tão importante assim. Qual o problema de que tudo em minha vida seja de conhecimento público? Isso só seria problema se eu tivesse algo a esconder. Mas se se admite, por exemplo, a pluralidade dos relacionamentos amorosos, ninguém tem que esconder seus amantes e suas amantes. Tudo pode ser público. E se não existe dinheiro, ninguém tem que esconder qualquer riqueza que possua, pois ninguém a possuirá. Numa sociedade ácrata não há, também, razão para se cometer nenhum crime, exceto insanidade mental. Cobiça, inveja, ambição, ganância, ciúme e coisas do tipo não existirão.

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