terça-feira, 23 de junho de 2015

O Paradoxo de Olbers pode ser considerado como uma das evidências do Big Bang? Sendo outras, principalmente, o desvio das raias espectrais para o vermelho e a radiação cósmica de fundo do Universo.‎

Se o universo for infinito, eterno e homogeneamente distribuído de estrelas e não estivesse se expandindo, então o céu, à noite, teria que ser infinitamente brilhante. Se ele for finito e eterno e não estivesse se expandindo, também seria infinitamente brilhante à noite, em razão do fato da luz poder chegar a nós após um número infinito de voltas em torno dele. Se a noite é escura, então alguma dessas hipóteses não prevalece, isto é, o universo teria que existir a um tempo finito ou estar se expandindo ou não ser homogeneamente preenchido por estrelas e galáxias (numa escala cosmológica), estando nós em um ponto privilegiado a partir do qual a densidade de estrelas fosse diminuindo com a distância. O desvio para o vermelho do espectro das galáxias distantes é outra indicação da expansão do Universo, já que as outras possibilidades explicativas, podem ser descartadas. O efeito Doppler exigiria que todas as galáxias tivessem um movimento próprio cuja velocidade fosse radial e proporcional ao afastamento delas de nós e o desvio gravitacional exigiria que as galáxias, quanto mais afastadas, mais massa teriam que ter, chegando a valores descomunais. A radiação cósmica de fundo é outro grande indício do fato de que o Universo vem se expandindo. Todavia todos esses indícios ainda não podem ser tidos como evidências do Big Bang, pois poderia haver outra explicação e há propostas alternativas em aberto, como a do "Universo Balançante", inclusive defendida por meu orientador Mário Novello. Todavia ainda não há indícios fortes que favoreçam o Universo Balançante em relação ao Big Bang, de modo que ele continua como a explicação padrão, acompanhada pela hipótese da inflação, recentemente corroborada pela análise da polarização do espectro da radiação de fundo, mostrada pelos telescópios do Pólo Sul. É importante frisar, contudo, que a teoria do Big Bang, não explica a origem do Universo e sim a sua expansão. Essa expansão ocorreu com um conteúdo já existente, cuja origem não se sabe e não há, ainda, hipóteses bem estabelecidas a respeito. Para mim, esse conteúdo era um campo indiferenciado, não quantizado, que surgiu imediatamente antes do Big Bang, de modo completamente fortuito, sem ter do que provir e sem ter nenhuma causa e nenhum propósito para ter surgido.

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