terça-feira, 23 de junho de 2015

Professor, você é a favor das paralisações e greves previstas para as universidades federais? Não creio que tal atitude resolva o problema. Eu defendo os professores mas no fim os alunos saem prejudicados...‎

Sou. Completamente. Se não se der prejuízo aos alunos mesmo, e prejuízo pra valer, isto é, fazer eles perderem um ano na vida não se vai resolver pagar bem aos professores como tem que ser. A força da greve é, justamente, o prejuízo que causa. Nas universidades tem que prejudicar as pesquisas também. Porque, no meu entendimento, professores não só têm que ganhar um salário digno, mas um salário atraente. Ou seja, mais do que médicos, advogados ou engenheiros. Para que as melhores cabeças prefiram ser professores, mesmo que possam ser médicos, advogados ou engenheiros, porque professor ganha mais. Enquanto isso não acontecer a educação no Brasil não deslancha. E a educação tem que ter prioridade maior do que a saúde, o emprego, a habitação, a segurança ou o que mais for. Porque, com o povo todo muito bem educado, esses outros problemas serão resolvidos, especialmente porque um povo muito bem educado vai saber votar direito. Note que não estou falando de um povo educado e sim de um povo muito bem educado. Seria preciso criar uma nova carreira de magistério, com ótimos salários, e alta exigência para preenchimento. A atual carreira seria colocada em extinção, com a possibilidade de seus ocupantes migrarem para a nova, se forem aprovados nos concursos de alto nível. Tem que fazer como na Coréia e na Finlândia. Professores primários ganharem seus dez mil reais por mês e universitários, seus cinquenta mil, no fim da carreira. E o magistério teria que ser como um exército. Os professores seriam designados pelo governo para servir onde fosse preciso. O ensino particular seria abolido completamente em todos os níveis. Isso teria que ser feito mesmo que se aumentem os impostos para tal. Mas a gestão escolar teria que ser feita nos moldes da gestão de uma escola privada. Sem estabilidade no emprego (como também para o resto do funcionalismo público). Isso até que os governos fossem extintos. Mas até lá, por uns poucos séculos, é preciso se acostumar com um ensino de altíssima qualidade para todo mundo. E igual para todos, independentemente de seu nível econômico ou social. Todo mundo misturado. Nada de escola particular. Como de medicina particular.

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