terça-feira, 9 de agosto de 2016

Professor, nas aulas que tenho de Medicina Familiar e Comunitária há uma família em questão em que uma mãe e sua filha se relacionam com o mesmo homem (não é o pai da garota). Achei normal, já que isso não afeta de forma alguma qualquer fator social. Alguns colegas ficaram horrorizados. O que acha? 06/12/2015

Se a relação é uma relação sincera, com sentimentos verdadeiros e profundos, não há problema nenhum mesmo. Uma pessoa amar a mais de uma outra é um fato corriqueiro e impossível de se impedir, já que amor não é uma escolha voluntária. Simplesmente acontece. Ter que escolher só uma pessoa para encetar um relacionamento amoroso é motivo de sofrimento profundo para quem ama sinceramente e profundamente a mais de uma outra pessoa. A sociedade tem que admitir que os relacionamentos plurais são tão válidos, justos, benignos, aceitáveis e legítimos quanto os relacionamentos singulares. E as pessoas envolvidas têm que admitir que isso é normal e que o fato de não ser amada exclusivamente não significa que não seja menos amada. Isso vale para relacionamento de mulheres com mais de um homem, homens com mais de uma mulher, mulheres com mais de uma outra mulher, homens com mais de um outro homem e homens e mulheres com mais de um homem e uma mulher. Mas tudo tem que ser franco e aberto. Com sinceridade, dedicação e compromisso. Não compromisso de exclusividade e nem de perenidade. Mas compromisso de dedicação, de apoio mútuo, de solidariedade, de companheirismo, de concessão mútua de prazer, de empenho na felicidade recíproca, de fruição da companhia e coisas do tipo. Se assim o é, assim também pode o ser no caso que se apresenta, em que os dois amores são mãe e filha ou pai e filho. Sem o menor problema. O que é completamente inadmissível é se ter um relacionamento paralelo oculto, escondido do primeiro, como acontece costumeiramente com homens e mulheres casados ou com namoro firme que encetam casos extraconjugais sem o conhecimento e o consentimento da companheira ou companheiro dito "oficial". Mas há quem, por moralismo, defenda a monogamia, mas pratique essa poligamia escondida. Isso é que é imoralidade. Se alguém achar que é errado porque sua religião não deixa, que largue sua religião, ora. O importante é a felicidade, a paz e a harmonia do mundo todo. Ciúme é um pecado tão grave quanto todos os outros, como avareza, mentira, inveja, ira, gula, preguiça, luxúria, crueldade, pusilanimidade, ganância, cobiça, furto, roubo, corrupção e os demais.

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