segunda-feira, 25 de outubro de 2010

As escolas que só ensinam para o vestibular estão fadadas ao fracasso (intelectualmente falando)?

Sim, completa e redondamente. Este é um equívoco colossal. Não se estuda para o vestibular nem para as provas. Estuda-se para aprender e aprende-se para a vida, Isto é que precisa ser colocado na cabeça dos alunos, seus pais, os professores, coordenadores e diretores de colégios, mas, principalmente, na cabeça dos planejadores dos Ministério da Educação, das Secretarias Estaduais de daqueles que, nas Universidades, coordenam os meios de acesso. Esta mania de valorizar só o que cai no vestibular vai criar uma geração de brasileiros sem cultura geral, burros e ignorantes, facilmente manobráveis pelos grupos econômicos poderosos, por políticos e empresários velhacos (mas inteligentes), o que levará nosso país à subserviência tecnológica e cultural. É preciso abrir os olhos, abandonar a preguiça e enfrentar o desafio de construir novas gerações bem preparadas para substituir a que atualmente ainda tem gente culta e competente em muitas áreas. Quando esses morrerem ... O problema maior é a fobia de toda dificuldade. Dia após dia os conteúdos e habilidades transmitidos se tornam menos relevantes, pois os relevantes são difíceis, complicados, trabalhosos e demorados para aprender. Mas é por serem assim que são ferramentas eficientes e eficazes para promover o progresso e o bem estar de todos. Abandonar a complexidade é retroceder para o tempo das cavernas.

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2 comentários:

Anônimo disse...

Engana-se completa e redondamente todos aqueles que acreditam que os que ensinam para o vestibular estão apenas criando massas de manobra prontas a atender qualquer pedido. Ter uma lista de matérias as quais se deve dominar com excelência é só um dos milhares de desafios similares encontrados na vida, como passar num concurso ou atender um formulário do chefe, num estágio. Ensinar para o vestibular é fazer com que o aluno passe por todas as matérias, independente de quais ele gosta ou não, e mostrando ao próprio quais são suas inclinações maiores. O ensino não é, de todo, voltado para o vestibular, como foi mencionado, mas para a carga horária possível de se atender, ou não teríamos artes ou sociologia na grade curricular. Não se deve esquecer que a partir daí é que surgirão os outros estudos e as outras vertentes impossíveis de se cobrir durante o ensino médio dentro de sala de aula nos dias de hoje. Atento novamente para a disponibilidade de chegar a esses novos conhecimentos em qualquer biblioteca próxima, o que já foi visto como necessário pelo ministério da educação. Só depende do aluno querer. Sou estudante de ensino médio e estudo para o vestibular cerca de 10 horas por dia. Não sou do tempo em que três ou quatro eram suficientes. Escolhi cursar o vestibular, portanto o farei com primor e dedicação total. Sem ser idiota. Sem ter que criticar tudo o que faz com que as pessoas estudem de modo metódico para parecer diferente e superdotado.

Ernesto von Ruckert disse...

O que eu critico não é estudar algo que vai cair no vestibular, mas estudar "só" o que vai cair no vestibular, deixando de lado o que vai ser importante para a vida, mas não cai no vestibular. E, principalmente, fazer uma abordagem em termos de dicas e macetes, ao invés de realmente ensinar a pensar, a refletir, a adquirir uma base sólida de informações e desenvolver habilidades, mesmo que não caiam no vestibular. Por incrível que pareça, as pessoas que passam no vestibular na primeira tentativa são, justamente, as que estudam para saber e não para passar em provas. Para estas, o desempenho nas provas e exames é uma mera consequência do fato de que sabem a matéria. O importante é o conhecimento e as habilidades, especialmente a habilidade de pensar. Melhor saber e tirar nota ruim do que tirar nota boa sem saber. Mas uma coisa leva à outra. Ao resolver problemas de física, por exemplo, eu incentivo os alunos a pensar e achar a solução sem o uso de fórmulas. Só dou as fórmulas básicas. As outras os alunos deduzem na hora de resolver o problema. E insisto em problemas sem valores numéricos, só com letras, justamente para treinar o raciocínio e não memorizar soluções típicas, o que não as prepara para outras situações não abordadas.

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