A mente é uma ocorrência advinda da estrutura e do funcionamento do cérebro, do cerebelo, do bulbo, da medula, do hipocampo, da amígdala, de todo o encéfalo, dos nervos, dos órgão dos sentidos, do sistema endócrino, das vísceras, dos músculos, enfim, de todo o organismo, com preponderância para o cérebro. Não é uma ocorrência que se dê em alguma entidade extracorpórea, como seria a alma e nem um epifenômeno, isto é, não tem nada que não se reduza à anatomia e à fisiologia. Todos os processos psíquicos: sensação, percepção, memória, evocação, pensamento, intuição, julgamento, decisão, emoção, sentimento, raciocínio, desejo, volição, ação, sonho, consciência, autoconsicência e outros são fenômenos que se dão na complexa estrutura neural do sistema nervoso, em interação com o resto do organismo. É preciso, contudo, entender que este reducionismo não é linear, isto é, não é, simplesmente, um processo advindo da combinação aditiva de processos orgânicos superpostos. Ocorrem reforços, retroalimentações, combinações não aditivas, recalques, reflexos, enfim, é uma operação não linear. Tal tipo de reducionismo contempla o que se denomina "holismo", que seria a existência, numa camada de nível mais alto de explicações, de fenômenos não redutíveis aos de camadas mais profundas. Isto não procede, pois a camada mais alta não existe sem as mais baixas. Só que tem-se que abandonar a linearidade. A mente é como um "operador não linear" em matemática. Nesta analogia, há uma camada de fenômenos anatomo-fisiológicos do sistema nervoso e do organismo que, combinados de uma forma extremamente complexa e não linear, produzem uma ocorrência de nível superior que vem a ser mente. A mente é pois, exatamente esse tipo de ocorrência. Não é uma entidade substancial, nem material nem sobrenatural. É o funcionamento de uma estrutura. Isto pode ser considerado uma entidade natural? Sim!, como, por exemplo, estado é uma entidade social. O cessamento do funcionamento da estrutura de suporte à mente a extingue inteiramente. Note que a mente não é a consciência. Pode-se interromper a consciência, o que se dá no sono, nos desmaios, nas anestesias, no estado de coma (não se sabe), sem aniquilar a mente. Mas a morte definitiva de seu substrato orgânico lhe aniquila em de forma irreversível. Como a mente não existe sem o cérebro, qual o preponderante? O que significa ser preponderante? Se significa condição necessária, o cérebro é preponderante. Se significa estatuto hierárquico, a mente é preponderante.
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