Está condenado porque isto é inerente a sua estrutura psíquica. O homem é naturalmente livre. Todo cerceamento a sua liberdade é uma violência. Aliás, assim o são todos os animais, mas, no homem, isto toma uma dimensão superior, porque, além dos instintos que o guiam para sobreviver e procriar, que são poderosíssimos, o homem também é movido por ideais que extrapolam o conatus. Assim sua liberdade é a liberdade de pensar e expressar seu pensamento, de fazer e de agir de acordo com seu desejo e sua consciência, desde que sua ação não tolha a liberdade do outro. Isto é uma condenação porque não há como escapar dela, não há como se fazer de zumbí. Todo homem privado de liberdade é acometido de um estado patológico que não se alivia com nada, exceto a restauração da liberdade. Por isso é que relacionamentos possessivos que acontecem entre casais são fonte de depressão. Quem ama não prende o amado, mas deixa-o livre e não exige nada em troca do seu amor, nem reciprocidade, nem exclusividade. A plena realização de todos os homens só acontecerá quando a sociedade for integralmente libertária e isto não é outra coisa senão o anarquismo. Só numa sociedade ácrata e, preferivelmente ateísta (mas não como determinação e sim como opção), o homem poderá se desenvolver em plenitude, com responsabilidade e gozar da máxima felicidade possível. As religiões são um sério cerceamento à liberdade de pensamento e expressão. Note-se que liberdade plena não significa desordem, libertinagem nem niilismo. A liberdade é responsável e não contempla a possibilidades de ações cerceadoras da liberdade alheia, nem promotoras de dor, sofrimento ou prejuízo. A ética preside a liberdade. O niilismo não é válido. A liberdade não é egoísta e sim altruista. É como o amor: é benigna, não é invejosa, não é leviana, não se ensoberbece, é decente, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas com a verdade. Não podemos escapar de ser livres a não ser que deixemos de ser humanos.
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