Licenciados em Ciências, Biologia, Física, Química ou Matemática também podem, desde que complementem seu currículo com as disciplinas pedagógicas exigidas para o magistério desse nível. Acho que esta é a situação ideal, pois a pessoa, assim, tanto terá o conhecimento do conteúdo quanto da parte pedagógica, imprescindível para atuar nas séries iniciais. Nenhum dos dois aspectos poderia ser dispensado, no meu entendimento. Isto significa que um professor das séries iniciais tem que ter uma formação mais ampla do que o das séries finais. Isto é perfeitamente coerente com a importância fundamental das séries iniciais na formação da criança. Trabalhar com crianças, inclusive, precisaria ser mais bem remunerado do que nos outros níveis, considerando a necessidade de uma formação mais completa. Outra alternativa seria exigir que as pessoas formadas em pedagogia tivessem uma complementação de, pelo menos, um ano nas disciplinas da antiga licenciatura curta em ciências, para lecionarem ciências e matemática nas séries iniciais. O problema é que muitos pedagogos fogem do estudo de ciências, que consideram mais difícil. Mas o que é difícil tem que ser enfrentado também. Senão teremos professores incapazes atuando nas séries iniciais. Essas exigências têm que ser acompanhadas da remuneração adequada. Isto não tem escapatória. O governo precisa entender que educação é muito, mas muito mesmo, mais importante do que qualquer outro aspecto da administração pública, como construir estradas, obras públicas em geral, saúde, habitação, e todo o resto. É uma questão estratégica para dotar o país de condições de se desenvolver numa perspectiva de longo prazo. Quando digo longo, estou falando de dezenas, centenas e milhares de anos. É assim que se tem que planejar o futuro.
Um comentário:
Ernesto, obrigada. Tenho a impressão de ouvir meu próprio eco. Penso exatamente assim.
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