domingo, 24 de abril de 2011

O que o senhor chama de perda de tempo?

Antes de responder queria que você, e todos que me fizerem perguntas, não me chamassem de "senhor". Aprendi com meu pai, que aprendeu com o pai dele, ambos anarquistas, que ninguém deve ser chamado de "senhor". Como meu pai usava o português de Portugal, ele dizia "tu". Mas aqui podemos dizer "você". Chamar o outro de você e não de senhor é a máxima consideração que se pode ter, porque se está considerando a pessoa como igual a si mesmo e é a nós próprios que temos a maior consideração. Aprendi a chamar todo mundo de você e, com isto, demonstro o maior respeito e a maior consideração que posso ter com todo mundo. Aliás não faço distinção de importância para pessoa alguma. Todos são iguais para mim. Recomendo fortemente que ninguém chame a ninguém de senhor e sempre de você. Seja seu pai, seu professor, seu patrão, o juiz, o papa ou a rainha da Inglaterra. Nunca chamei ninguém de senhor, nem quando criança, por instrução explícita do meu pai.
Quanto à perda de tempo é importante saber que o tempo é nossa mais valiosa moeda. Desperdiçá-lo é a o grande desastre econômico, pois ele é irrecuperável. É preciso usá-lo com proveito. E que proveito seria esse? O bom uso do tempo é aquele em que se aproveita dele para fazer o bem, tanto a si quanto aos outros. E fazer o bem é maximizar a felicidade para o maior número de seres. Logo, perder tempo é usá-lo para outros fins menos nobres. É claro que se pode descansar e curtir prazeres, pois isto é um bem que se faz a si. Mas não se pode fazer algo que, beneficiando a si, prejudique a outrem. O uso ético do tempo é algo que muitos não dão importância, mas a ética se aplica também ao uso do tempo. Perder tempo é usá-lo em benefício de nada. É só pensar: o que de bom eu ou alguém vai obter com o que estou fazendo agora? Se ninguém for beneficiado, faça outra coisa.

Ask me anything (pergunte-me o que quiser)

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