Esta conjectura já foi formulada, mas até nas teorias das supercordas e das branas só existe uma dimensão temporal. Apesar do espaço-tempo ser uma entidade coesa, o tempo possui uma característica especial que é a de poder ser percorrido apenas em um sentido, isto é, para o futuro. Mesmo nas considerações a respeito de viagens ao passado, ele seria atingido indo-se sempre para o futuro em uma curva tipo-tempo fechada, isto é, você iria para o passado em seu próprio futuro. Você nunca regridiria para seu próprio passado. A existência de mais de uma dimensão temporal provocaria a possibilidade da existência paralela de infinitas possibilidades de futuro para cada evento do Universo. Note que existem infinitas possibilidades de futuro, mas, só uma delas se realiza, de fato, para cada evento. A realização simultânea de mais de uma traria uma instabilidade espaço-temporal para o Universo, uma vez que, se se considerar uma infinidade de futuros para cada um dos infinitos eventos do Universo, você estará em um infinito de ordem superior, que é a do conjunto dos subconjuntos de um conjunto infinito. A cardinalidade do conjunto dos eventos é a do contínuo (aléf1, segundo a hipótese de Cantor). As múltiplas dimensões temporais levariam a cardinalidade das escolhas de um futuro para um dado presente para uma cardinalidade aléf2. Isto faria o Universo deixar de ser uma entidade bem definida a cada momento, ou seja, não se poderia ter uma situação global do Universo. Ele seria, então, algo inteiramente diferente do que é. Não poderíamos observar o que observamos, por exemplo, sobre o céu noturno e todas as galáxias, pois não haveria definição de nada que existe, uma vez que não existiria uma evolução global única do conjunto de tudo. Como pode-se ver uma galáxia distante agora e vê-la de novo no mesmo lugar em um momento futuro, isto significa que o tempo, realmente, só tem uma dimensão.
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