O senhor, assim como eu, sente um desespero para ser lembrado postumamente? Como lida com isso?‎

Desepero não. Mas acho que seria interessante. Assim que eu revisar todos esses ensaios, vou publicá-los. Tem outros que estou escrevendo, mas preciso parar de trabalhar e ainda não dá, pois tenho uns empréstimos para liquidar. Logo que puder, vou ficar só como escritor e deixar tudo publicado, de graça, na internet. Esse será o meu legado. Outro será minha biblioteca, que doarei ao povo por meio de uma ONG ou de uma fundação. Tenho que achar um parceiro para entrar com o imóvel e eu com os livros. Com os livros, revistas, discos, vídeos, eu gastei mais de três quintos de milhão de reais (atualizados). Mas eu queria fazer algo na linha anarquista, isto é, sem proprietário, sem cobrar nada, só com trabalho voluntário, sem CNPJ, sem envolver nunca dinheiro nenhum. A conta de luz seria cotizada por voluntários e tudo o mais.