segunda-feira, 14 de julho de 2014

O sr. acredita que o anarquismo intersecional (que funde anarquismo, veganismo, ambientalismo, Direitos Humanos, emancipação popular etc. numa só superbandeira) tem chance de se tornar a próxima utopia, sucessora da utopia novecentista do comunismo?

Acho que essas propostas vão caminhar independentemente, exceto, talvez, as duas últimas, que são conectadas. Mas não vejo que serão bandeiras, no sentido que essa palavra possui. O anarquismo e o veganismo, por exemplo, são movimentos independentes que não precisam coexistir numa proposta só. Aliás, acho que essa junção enfraqueceria ambos, pois há mais anarquistas não veganos e veganos não anarquistas do que anarquistas veganos. Todavia não vejo como eles se transformariam em bandeiras. Por sua própria natureza eles são, na atualidade, movimentos de conscientização a longo prazo. No caso do anarquismo, há uma dificuldade de aceitação pela população em geral em razão de dois fatores. O primeiro é a confusão que se tem de seu conceito com o conceito de desordem. O segundo é a existência de movimentos anarquistas rebeldes e revolucionários, que apresentam propostas não condizentes com o próprio espírito do anarquismo. O que penso é que a humanidade vai adotar tais posturas por um processo evolutivo gradual ao longo de muitas gerações. Quanto aos Direitos Humanos e Emancipação Popular, isso vai ser conquistado em menos tempo por meios democráticos mesmo. O problema é democratizar, de fato, nações islâmicas, por exemplo.

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